Aprenda a analisar os nomes das placas gráficas e aproveite algumas dicas para não ficar pensando muito na hora de comprar uma nova.
No começo as placas de vídeo de alto valor não estavam presentes em muitos computadores. Na década de 90 ainda havia muito espaço para itens mais simples, como os que eram fornecidos pela Trident.
Todavia, com a chegada dos games tridimensionais de alta qualidade, as marcas NVIDIA e ATI ganharam destaque. O crescimento destas fabricantes resultou em progressos incríveis e também em muitos nomes e códigos, os quais foram criados para identificar as placas gráficas.
Atualmente, ambas competem num mesmo patamar e possuem diversas opções para todo tipo de usuário. A competição acirrada entre as duas gerou diversas tecnologias inovadoras e proveitosas. Todavia, também contribuiu para confundir ainda mais o consumidor que, muitas vezes, fica em dúvida quanto ao modelo que deve adquirir.
Considerando nossa proposta de facilitar o mundo da informática e tecnológico, hoje vamos abordar este assunto e mostrar que uma análise básica é bem simples de ser realizada. Enfim, vamos ao que interessa, boa leitura!
Nomenclaturas atuais
As placas gráficas mais potentes do momento são a AMD Radeon HD 6970 e a NVIDIA GeForce GTX 580. Justamente por este motivo optamos por utilizá-las como exemplos para nomenclatura.
Apesar de existirem leves diferenças nos nomes e códigos utilizados pelas fabricantes, é possível realizar uma análise única para interpretar como ambas nomeiam os tantos modelos de placas gráficas. Enfim, fica a sua escolha qual o nome você deseja decompor, em nosso exemplo vamos utilizar uma placa da AMD.
Ao decompor o nome AMD Radeon HD 6970, fica muito fácil entender o que cada parte significa. “AMD”, evidentemente, é a fabricante do chip gráfico e da placa como um todo. Já o termo “Radeon HD” serve para identificar que a placa em questão é destinada para computadores desktops e notebooks.
Fonte da imagem: divulgação/AMD
Caso você acesse o site da AMD, vai reparar que eles separam as informações por cada geração de placa. As Radeons HD 6000 são as mais recentes, o que significa que o número 6 na nomenclatura serve apenas para identificar a geração da placa (no caso da NVIDIA GeForce GTX 580, o número 5 representa a geração).
Evidentemente, uma geração não é composta por uma única linha de placas, justamente porque existem diferentes tipos de consumidores. A série 6900 é voltada para os usuários mais exigentes, os quais buscam por alto desempenho em todas as atividades.
Fonte da imagem: divulgação/AMD
Assim sendo, o segundo número da nomenclatura serve para indicar a série e o fator principal de desempenho. Isto se aplica as outras placas da AMD, no caso da Radeon HD 6870, o número 8 indica que ela é mais fraca que a Radeon HD 6970 (para as placas GeForce vale o mesmo, por exemplo: uma GTX 580 é mais potente que uma GTX 560).
Por fim, temos de identificar o “diferenciador secundário de desempenho” da placa gráfica. No caso da AMD Radeon HD 6970, esta característica é indicada pelo terceiro e quarto dígitos na nomenclatura. Para as GeForce vale o mesmo, mas o terceiro digito vai mudar de 0 para 5, de modo que uma GTX 285 é mais forte que uma GTX 280.
Vamos exemplificar com uma placa AMD: a placa Radeon HD 6950 é mais fraca que a Radeon HD 6970, pois ainda que ambas sejam da mesma geração (indicado pelo número 6) e de alto desempenho (indicado pelo número 9), o diferenciador secundário de desempenho nos permite identificar qual é mais forte.
Resumindo:
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“AMD”: fabricante;
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“Radeon HD”: tipo da placa;
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“6”: geração;
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“9”: série e desempenho;
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“70”: diferenciador secundário de desempenho.
Classificando as placas gráficas
Como você pôde notar acima, a nomenclatura possibilita classificar as placas de vídeo de uma fabricante em ordem do maior desempenho para o menor. Claro que isto não é o suficiente para ter certeza de que um modelo oferece melhores gráficos do que outro, mas serve como um comparativo básico.
Normalmente a separação de placas de vídeo é realizada em três principais grupos: Low End (Aceleração 3D básica), Mid End (Intermediária) e High End (Alto Desempenho). Toda placa lançada vai se encaixar em uma destas categorias e o mais interessante é que é possível descobrir o grupo ao qual elas pertencem apenas analisando a nomenclatura.
Agora que você sabe o que cada número representa no código dos componentes, pode utilizar este conhecimento para realizar a classificação das placas gráficas. Caso você não lembre, o segundo dígito é que determina a série e nível de desempenho.
Fonte da imagem: reprodução do site AMD Game
Sendo assim, basta utilizá-lo para comparar diversos modelos. Para encaixar cada placa em um dos grupos supracitados, basta saber como cada placa entra em uma categoria. Para que um modelo pertença à classe “High End”, o segundo dígito deve ser o 9 ou o 8.
As placas “Mid End” têm em sua nomenclatura os números 7 ou 6 como segundo dígito. Vale salientar que a placa NVIDIA GeForce GTX 570 se encaixa entre as placas Mid End e High End. Esta placa é uma exceção, mas pode ser que a NVIDIA adote este padrão para gerações de placas futuras.
E os modelos “Low End” são todos que têm como segundo digito os números 2, 3, 4, ou 5. Sabendo disso, fica muito fácil escolher uma placa de vídeo nova, pois você não precisa ler uma enormidade de análises ou ficar pesquisando muito nos sites das fabricantes.
Resumindo:
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G9XX ou G8XX / G9X ou G8X: alto desempenho;
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G7XX ou G6XX / G7X ou G6X: desempenho intermediário;
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G5XX, G4XX, G3XX ou G2XX / G5X, G4X, G3X ou G2X: aceleração 3D básica.
Nota: G representa a geração e X é o diferenciador secundário de desempenho.
Na hora de comprar
Muito bem, agora que você já sabe, basicamente, como funciona a nomenclatura das placas de vídeo, talvez deva conhecer como as placas são comercializadas. Primeiro que, dificilmente, a AMD e NVIDIA comercializam placas diretamente para o consumidor. Normalmente, as placas a que você tem acesso são de montadoras (parceiras) das fabricantes.
O que isso quer dizer? De modo geral, a NVIDIA e a AMD fabricam os processadores e fornecem-nos para montadoras diversas (como a Sapphire, a XFX, a ASUS e outras). Acontece que estas empresas costumam oferecer placas baseadas em uma mesma GPU, mas com leves diferenças nas frequências (algumas utilizam overclock), na quantidade de memória, na refrigeração e em diversos outros fatores.
As parceiras das fabricantes costumam aumentar a nomenclatura, incutindo detalhes e códigos para que o consumidor note diferenças com as placas de marcas concorrentes. Isto quer dizer que ao comprar uma AMD Radeon HD 6950, você possivelmente vai encontrar uma placa com o seguinte nome:
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XFX Radeon HD6950 2GB 256-bit GDDR5 PCI-Express 2.1 x16 HD-695A-CNFC – BOX
Fonte da imagem: divulgação/XFX
Nome grande, não é mesmo? Não precisa ficar assustado, pois a decomposição é bem fácil, veja:
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“XFX” designa qual é a montadora da placa;
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“Radeon HD6950” indica o modelo base e a nomenclatura principal;
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“2 GB” é a quantidade de memória;
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“256-bit” é a largura de banda da memória;
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“GDDR5” é o tipo da memória;
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“PCI-Express 2.1 x16” é o tipo do slot da placa;
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“HD-695A-CNFC” é o código da placa (o qual é utilizado pela XFX);
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“BOX” significa que a placa vem na caixa, ou seja, é um componente novo destinado ao consumidor final.
Ao adquirir uma placa gráfica nova, você primeiramente deve estar atento ao seguinte: a geração a que ela pertence. De nada adianta você adquirir uma placa de alto desempenho antiga que ainda dê suporte apenas ao DirectX 9.0c. Não que esta tecnologia já esteja abandonada, mas a tendência é a substituição pelo DirectX 10 e 11. Portanto, fique de olho no na nomenclatura.
Outro fator que deve ser observado durante a compra diz respeito à quantidade de memória. Normalmente, 512 MB deve garantir ótimos gráficos, todavia, optar por um modelo com 1 ou 2 GB pode ser uma ótima aquisição.
Além disso, é preciso estar atento à largura de banda da memória. Placas com 256-bit ou mais são as melhores, mas caso você queira uma placa intermediária, um modelo com largura de banda de 128-bit já deve proporcionar ótimas experiências.
Fonte da imagem: reprodução/The Inquirer
Vale lembrar que o mais importante é observar o tipo de memória, pois este sim garante diferenças durante os games. O mais indicado é adquirir uma placa com memória do tipo GDDR5, mas se o modelo escolhido não tiver este tipo de memória, certifique-se de que ao menos a placa conte com memória GDDR, pois algumas ainda utilizam chips DDR, os quais são mais lentos.
Nomenclaturas, sufixos e prefixos anteriores
Muito bem, para você conhecer um pouco mais, nada melhor do que algumas curiosidades e informações extras. Apesar de já termos mostrado o principal sobre as nomenclaturas, alguns prefixos e sufixos utilizados anteriormente podem ser úteis para momentos em que você deseje comprar uma placa gráfica de gerações passadas. Vamos aos principais termos:
SE (Second Edition): certos modelos da ATI traziam este sufixo como parte da nomenclatura. As placas Second Edition eram modelos idênticos aos comuns, mas a interface da memória tinha a metade dos bits. Exemplo: Radeon 9550 SE (operava com 64 bits, em vez de 128 como a Radeon 9550).
Fonte da imagem: reprodução/Newegg.com
LE – placas GeForce (Low ou Light Edition): algumas placas da NVIDIA contavam com este sufixo, o qual indicava uma placa idêntica à versão comum, mas com frequências do processador e da memória mais baixas (como aconteceu com a GeForce FX 5700LE).
LE – placas Radeon (Limited Edition): sufixo utilizado por algumas montadoras (como a ASUS) para designar que determinado modelo possui poucos modelos e tem especificações acima do normal — como é o caso da ASUS Ares, a qual conta com duas GPUs AMD Radeon HD 5870.
Fonte da imagem: divulgação/ASUS
GX2: este sufixo foi utilizado em poucas placas da NVIDIA e era aplicado somente em modelos que contavam com duas GPUs idênticas (como a GeForce 7950 GX2).
Ultra: este termo era utilizado para designar que determinada placa tinha as frequências de memória e processador mais altas do que a da placa de referência (caso da GeForce FX 5800 Ultra). Aliás, o termo “Ultra” só era utilizado em último caso, pois placas deste tipo eram as mais robustas de uma determinada série.
Detalhe: vale lembrar ainda que existiram placas do tipo Ultra Extreme, quando a NVIDIA lançava algum modelo para competir com uma placa da ATI que apresentasse desempenho superior à placa Ultra.
Ti: placas com este sufixo contam com processadores shaders programáveis, os quais garantem uma força extra na hora de trabalhar com jogos que requisitem grande processamento de sombras (este é o caso da nova GeForce GTX 560 Ti).
Fonte da imagem: divulgação/NVIDIA
GT – GTO – GTS – GTX: de maneira geral, a NVIDIA foi a marca que mais utilizou estes sufixos (que agora servem também como prefixos). Todos eles serviam para indicar a superioridade quando era feito uma comparação com a placa comum. A placa GeForce 9800, por exemplo, recebeu versões GT, GTS e GTX. A fabricante não informa ao que se refere estas letras, mas muita gente acredita que seja um termo para relembrar os carros do tipo “GT”, os quais apresentam alta potência.
Nota: atualmente a NVIDIA utiliza estes prefixos apenas para deixar o nome chamativo. Pode-se reparar tal detalhe ao analisar a GeForce GTX 580. Se você conferir no site oficial da fabricante, não há uma GeForce 580 — que seria a versão comum —, o que significa que a GTX 580 não é uma versão “turbinada” (ainda que seja uma das mais rápidas atualmente).
Nomenclaturas que não acabam mais…
Bom, agora que você já conhece a regra básica para nomenclaturas, pode identificar e analisar os principais modelos de placas gráficas. Claro que alguns modelos fogem à regra, no entanto, as fabricantes não param de criar novas GPUs, portanto, para que você fique sempre por dentro deste assunto, deve acompanhar os lançamentos e notícias sobre as placas.
Autoria: Fábio Jordão.