Alexander Justi Consultoria e Gestão em BIM

Coordenadores e especialistas discutem planejamento e controle de obras em seminário realizado pela PINI em São Paulo

Profissionais apresentaram as tendências e os principais erros cometidos nos cronogramas e planos de ataque

Paulo Kiss

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A PINI realizou no dia 28 seu primeiro seminário do ano, no centro de convenções Millenium, na sede do Secovi, em São Paulo. Cinco especialistas, entre eles diretores de obra e consultores, apresentaram as tendências do planejamento de obras e apontaram os principais erros cometidos nos cronogramas e planos de ataque. O evento contou com a presença de 250 inscritos vindos de várias cidades do país.
A primeira apresentação foi do consultor e presidente da seção brasileira da AACE (Association for the Advancement of Cost Engineering), engenheiro Aldo Dórea Mattos. Autor dos livros “Planejamento e Controle de Obras” e “Como Elaborar Orçamentos de Obras”, ambos da editora PINI, Mattos destacou a importância da divisão dos serviços em lotes de no máximo dez dias para que seja possível a apropriação dos dados de produtividade.

Com o título “Os erros mais comuns no planejamento”, Mattos baseou sua apresentação nas práticas internacionais recomendadas para elaboração do planejamento, sobretudo nos Estados Unidos, mas focou principalmente a questão da produtividade. Mattos considera, assim como os outros palestrantes, fundamental o planejamento para conclusão das obras dentro do prazo. “Produtividades mal levantadas levam aos erros de quantificação de materiais, de dimensionamento de equipes e de duração das tarefas”, diz. “O planejamento deve contribuir para a apropriação dos índices de produtividade logo no início das tarefas, a tempo de ser fazer as correções necessárias.”

Os engenheiros Paulo Sergio Ferreira de Oliveira e Marcos Hesketh, da divisão de Engenharia Avançada da JFSF, mostraram os benefícios do planejamento em ambiente BIM. Os palestrantes explicaram como foi o planejamento de duas obras ao longo da rodovia Castelo Branco, em São Paulo, uma no município de São Roque e outra em Porto Feliz, com sistemas construtivos industrializados. A modelagem é vista na incorporadora como estratégica para viabilizar empreendimentos de alto padrão, algumas com perfil taylor made, com um mínimo de interferências entre sistemas. Como tendência, eles acreditam na elaboração do planejamento com equipes multidisciplinares atuando ao mesmo tempo, com auxílio do BIM, em telas projetadas em todos os departamentos em tempo real.

O engenheiro da Tecnisa Joelson Oliveira apresentou ao público a estratégia de planejamento do empreendimento Jardim das Perdizes, entre os bairros da Barra Funda e Água Branca, em São Paulo. O empreendimento já é considerado o maior case de São Paulo das últimas décadas, com 25 torres e mais de 250 mil m2 de área de terreno. Até 2015, o empreendimento deve chegar a um VGV de R$ 5 bilhões. A infraestrutura foi feita pelos incorporadores e será doada às empresas concessionárias.

Além da mobilização de mão de obra, com pico de 3 mil funcionários, outro desafio será a logística de abastecimento. No auge, a obra poderá demandar um caminhão de concreto a cada três minutos. A montagem de usinas no canteiro será avaliada, mas uma decisão já está tomada. “Eu vou ter grua em cada um dos prédios, porque isso hoje é possível”, garante Oliveira.

O planejamento nos tempos do boom

Fabio Luis Garbossa, da construtora BKO de São Paulo, fez uma avaliação crítica do planejamento de obras recentes, que levou a maioria das construtoras a ter de enfrentar atrasos de até um ano. Na opinião do engenheiro, dificilmente as construtoras deixarão, a partir de agora, de fazerem análises mais acuradas dos cenários de abastecimento, por exemplo. “Tenho a impressão de que todos estão agora voltando aos fundamentos da engenharia para colocar as coisas em ordem”.

Assim como na primeira palestra, o tema da produtividade voltou com força na palestra do engenheiro e consultor Antonio Sergio Itri Conte, diretor da Systems Consultoria e membro fundador do International Group for Lean Construction. Depois de uma rápida explicação dos conceitos lean, Conte abordou o case da obra do hotel Golden Flat, planejado para ser entregue em junho de 2014 mas que ficará pronto 16 meses antes, em abril próximo.

Chamado para avaliar o planejamento e o cronograma da obra, Conte convenceu os investidores e a construtora a aplicar os conceitos lean. O edifício foi dividido em três células de produção autônomas para cada seis quartos. As equipes deveriam trabalhar simultaneamente alvenarias, acabamentos e revestimento, como em linhas de produção, abastecidas por duas frentes, uma em cada lateral do edifício. O corredor, devidamente desimpedido a cada tarefa, garantiu uma logística perfeita para municiar as frentes de trabalho.

No próximo dia 9 de abril a PINI realiza, também em São Paulo, no Hotel Renaissance, o seminário “Gerenciamento de Obras”, com a participação das construtoras e incorporadoras Helbor, Método, Cyrela, Eztec e da empresa de gerenciamento Control Tec. As inscrições estão abertas.

Autoria da matéria: PINI

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